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Os premiados da 65ª edição do Jabuti

Fabrício Corsaletti, Marcelo D’Salete, Lilia Moritz Schwarcz, Suzane Lopes e Marcos Nobre estão entre os premiados; confira os vencedores

06dez2023

Na noite de terça-feira, 5, foram anunciados os vencedores da 65ª edição do Prêmio Jabuti. A coletânea de 56 sonetos Engenheiro Fantasma, de Fabrício Corsaletti, levou na categoria Livro do Ano. A HQ Mukanda Tiodora, de Marcelo D’Salete, foi a premiada na categoria Histórias em Quadrinhos; Óculos de cor: ver e não enxergar, de Lilia Moritz Schwarcz e Suzane Lopes, levou na categoria Juvenil; e Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro, de Marcos Nobre, em Ciências Sociais. Nas divisões técnicas, Flávia Castanheira foi a premiada na categoria Capa por Mensagem (Todavia), de Fernando Pessoa; e a edição norte-americana de Marrom e Amarelo, de Paulo Scott, em Livro brasileiro publicado no exterior. Veja a seguir todos os vencedores, além dos finalistas em cada categoria, divididas em quatro eixos temáticos.

Literatura

Conto

Educação Natural: textos póstumos e inéditos. João Gilberto Noll. Record.

finalistas

As pessoas costumam não notar quando estamos mortos. Malu Ferreira Alves. 7Letras

Guia anônima. Junia Zaidan. FiNA, Cousa

Mulher feita e outros contos. Marilene Felinto. Fósforo

A coletânea de contos da recifense Marilene Felinto traz dez narrativas com acontecimentos corriqueiros vividos por personagens majoritariamente femininas. Os textos falam dos dissabores cotidianos: a recordação de uma receita culinária com a mãe; a menina que decidiu que não seria costureira, e sim a dona da venda; o homem que desistiu de ser escritor para se tornar um mecânico. Felinto é autora de As mulheres de Tijucopapo (1982), que ganhou o Prêmio da União Brasileira dos Escritores e o Jabuti de autor revelação.

Usufruto de demônios. Whisner Fraga Mamede. Ofícios Terrestres Edições

Crônica

Por quem as panelas batem. Antônio Prata. Companhia das Letras.

Mais de sessenta crônicas políticas publicadas pelo escritor e roteirista Antonio Prata na Folha de S.Paulo, entre junho de 2013 e o final de 2021, são reunidas no livro. Após os governos Lula, segundo o autor, “veio 2013 e pareceu que a história nacional, de 1980 até então, era só a subida da montanha-russa. Este livro é uma espécie de diário da queda”. Para Prata, o descalabro do bolsonarismo é “o grunhido do velho mundo, agonizante, sendo arrastado para o passado”. 

finalistas

As vozes da minha cabeça. S. Ganeff. Labrador

Folias de aprendiz. Geraldo Carneiro. História Real

Lembremos do futuro: crônicas do tempo da morte do tempo. Julián Fuks. Companhia das Letras

Em um dos períodos mais críticos da pandemia, Fuks foi convidado a escrever para um site de notícias. Em uma coluna semanal, o vencedor dos prêmios Jabuti, Saramago e Anna Seghers refletiu sobre a doença, a morte, a política e as angústias pessoais e coletiva em um diálogo com grandes autores de todos os tempos – Virginia Woolf, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, entre outros. Agora, uma seleção de trinta crônicas desses tempos pandêmicos são publicadas em livro. Fuks também foi o único brasileiro a participar do projeto literário do The New York Times sobre a pandemia, que reuniu 29 escritores de vários países, como Margaret Atwood e Mia Couto.

Vastidão. Cristiana Rodrigues. Vasta

Histórias em quadrinhos

Mukanda Tiodora. Marcelo D’Salete. Veneta. 

Mukanda Tiodora volta-se para a história da escravidão de São Paulo a partir da vida da escravizada Tiodora e de sete cartas que ela possuía, escritas por um outro negro, Claro, acusado de um crime contra o senhor de Tiodora. No podcast 451 MHz, o ilustrador conversou com Paulo Werneck e Paula Carvalho sobre a HQ e os tempos da escravidão em São Paulo.

finalistas

A batalha. Eloar Guazzelli, Fernanda Verissimo. Quadrinhos na Cia

Em 1756, às vésperas da batalha decisiva dos guaranis contra as forças espanholas e portuguesas na Guerra dos Sete Povos, um cacique e um padre jesuíta narram a um menino indígena a grande vitória que alcançaram em 1641 na batalha fluvial do Mbororé, no rio Uruguai. Na ocasião, eles derrotaram, após oito dias de combate, os bandeirantes paulistas que tentaram escravizá-los.

A coisa. Orlandeli. Gambatte

Franjinha: contato. Vitor Cafaggi. Panini Comics

O fim da noite. Diox, Rafael Calça. Darkside

Infantil

Doçura. Emília Nuñez, Anna Cunha. Tibi Livros.

finalistas

A espera. Ilan Brenman. Santillana Educação

Desligue e abra. Ilan Brenman. Santillana Educação

O menino, o pai e a pinha. Yuri de Francco, Ionit Zilberman. Ciranda na Escola

Voar na imaginação. Celso Vicenzi. Arte Editora

Juvenil

Óculos de cor: ver e não enxergar. Lilia Moritz Schwarcz, Suzane Lopes. Companhia das Letrinhas.

“Primeiro livro infantojuvenil de Lilia Moritz Schwarcz, Óculos de cor não tem medo de culpas, ainda que se repita reiterando e reiterando que o protagonista Alvo via tudo branco — talvez esse artifício, além de diluir a cegueira racial de pessoas brancas, funcione como uma contranarrativa diante do silenciamento sistemático do povo negro na história e do apagamento de sua memória. Apesar disso, a família da personagem Ebony conhece bem suas origens (o que, além de me alegrar, deixa uma pontinha de tristeza, porque eu mesma nunca saberei), e a professora Rúbia conta sobre o heroísmo-protagonismo negro ao longo da história. Escrito a partir da perspectiva de um garoto branco, como a autora, a obra discute justamente a branquitude tão pouco racializada (sim, branco é raça!) na busca por não naturalizar lugares de privilégio, desigualdades e racismo.” Leia na íntegra a resenha de Nina Rizzi.

finalistas

A catalogadora de idosos. Pedro Tavares. Edições SM

As coisas de que não me lembro, sou. Jacques Fux, Raquel Matsushita. Aletria

Meu lugar no mundo. Walcyr Carrasco. Santillana Educação

Natali e sua vontade idiota de agradar todo mundo. Thalita Rebouças. Rocco

Poesia

Engenheiro fantasma. Fabrício Corsaletti. Companhia das Letras.

“Seus 56 sonetos, embora estritamente metrificados e rimados, conduzem em linguagem francamente coloquial o divagar narrativo de um sujeito que fala em primeira pessoa, ninguém menos do que Bob Dylan revelado em sonho ao nosso Autor, segundo diz o prólogo. E, em vez do Dylan nobelizado (que seria apenas um duplo do criador das canções que conhecemos — mas isso não é assunto no livro), esse sonhado é que teria escrito os poemas reunidos no volume assinado por Fabrício”, escreve João Bandeira em resenha para a Quatro Cinco Um.

finalistas

A água é uma máquina do tempo. Aline Motta. Círculo de poemas.

A água é uma máquina do tempo tem sua origem nas artes visuais, hoje o campo mais aberto à discussão política a partir de fontes, meios e linguagens heterodoxos. Na fronteira da literatura com o ensaio, Aline Motta reelabora dados de uma ampla investigação sobre sua família que remonta a escravizados e libertos no século 19 reunindo documentos, anúncios de jornal, mapas e a presença contundente de Machado de Assis. Da década de 1970 vem um diário mantido por sua mãe e folhas de cadernetas escolares. Do passado recente, o testemunho da ação devastadora de um câncer”, escreve o colunista Paulo Roberto Pires.

Alma corsária. Claudia Roquette-Pinto. Editora 34

Araras vermelhas. Cida Pedrosa. Companhia das Letras

Cida Pedrosa faz um longo e doloroso poema sobre a Guerrilha do Araguaia, que descreve a luta e a morte dos militantes que enfrentaram a ditadura militar entre 1972 e 1974. O texto entrelaça memórias pessoais, acontecimentos históricos e referências culturais das décadas de 60 e 70. Pedrosa é autora de Solo para Vialejo, vencedor do prêmio Jabuti 2020 nas categorias Livro do Ano e Livro de Poesia.

Fim de verão. Paulo Henriques Britto. Companhia das Letras.

Oitavo livro de poemas do escritor e tradutor carioca, que já recebeu os prêmios Jabuti, Portugal Telecom, APCA, Alphonsus de Guimaraens, Alceu Amoroso Lima e Bravo!. Leia a resenha de André Capilé.

Romance de entretenimento

Dentro do nosso silêncio. Karine Asth. Bestiário.

finalistas

12321 – O amor é um palíndromo. Marina Kon. Penalux

A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê. Ian Fraser. Intrínseca

Numa galáxia distante vive Severino Olho de Dendê, um humano cujo melhor amigo é Bonfim, um alienígena malandro e falastrão. Os dois são chamados para investigar um assassinato suspeito ligado à organização que governa a galáxia.

O luto da baleia. Solange Cianni. Obra Independente

Selvagem. Marília Passos. Labrador

Romance literário

Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado. Ruy Castro. Companhia das Letras.

Em 26 de março de 1876, dom Pedro 2º partiu para sua segunda viagem internacional (após visitar vários países europeus e o Egito em 1871) para conhecer a Exposição Universal na Filadélfia e cuidar da saúde da imperatriz Teresa Cristina. A imprensa estadunidense acompanhou com atenção a visita, e o New York Herald enviou seu repórter James O’Kelly para o Brasil em janeiro de 1876 para acompanhar a visita do imperador aos Estados Unidos — na época, o movimento republicano ganhava adeptos no Brasil. A partir desse fato histórico, Ruy Castro imagina uma tentativa de executar um atentado contra dom Pedro em uma trama que envolve o poeta Sousândrade, que na época vivia em Nova York; Deoclecio de Freitas, dono de um periódico antimonarquista; e o próprio James O’Kelly.

finalistas

A vida futura. Sérgio Rodrigues. Companhia das Letras.

A vida futura, de Sérgio Rodrigues, é um livro cômico para ser levado a serio, por tocar corajosamente em temas nada engraçados e bastante polêmicos: raça, gênero e decadência generalizada. É também um livro ousado, narrado com erudição, sutileza e ironia por ninguém menos que Machado de Assis. Desafiando os adeptos do lugar de fala, Rodrigues se apropria da personalidade, das ideias, do estilo e, principalmente, da linguagem de Machado: ‘O inferno sob medida para os escritores seria a contemplação forçada e eterna da própria obra’.”. Leia a resenha de Ana Cristina Braga Martes.

Beatriz e o poeta. Cristovão Tezza. Todavia

O autor do premiado O filho eterno (2007) e mais duas dezenas de romances traz de volta uma antiga personagem de sua ficção, a tradutora Beatriz, e o panorama de seus últimos dois livro: a crise e o cenário político recente do país. No novo romance, passado em 2020, Tezza investiga as novas complicações dos relacionamentos humanos trazidas pela pandemia. 

Menos que um. Patrícia Melo. Casa dos Mundos

Menos que um volta-se à miséria humana a partir da história de pessoas que vivem nas ruas de São Paulo. ‘Esse livro é uma espécie de panorama ficcional da miséria brasileira. Há dois anos, quando vim para o Brasil lançar Mulheres empilhadas, fiquei surpresa com a quantidade de pessoas morando na rua. Pensei que era hora de escrever sobre esse assunto’”, disse Patrícia Melo em conversa com Paulo Werneck n’A Feira do Livro de 2022. Leia a cobertura de Paula Carvalho.

Via Ápia. Geovani Martins. Companhia das Letras.

Via Ápia fala um pouco sobre como esses ‘Brasis’ não se comunicam. Me incomoda que para essa esquerda branca parece que o país ficou ruim a partir de 2018, que os militares só voltaram depois disso, mas eles estavam cooptando garotos como o [personagem] Murilo desde os anos 90. A extrema direita se apropriou do discurso contra o sistema, e eu, enquanto esquerda, tenho de defender instituições que nunca funcionaram? O [historiador e escritor] Luiz Antonio Simas diz que o Brasil não precisa parar de dar errado porque ele deu certo. O que a gente vê hoje é um projeto criado há quinhentos anos. Precisamos começar a dar errado para construir um novo país”, diz o autor em entrevista à jornalista Adriana Ferreira Silva.

Não ficção

Artes

Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito. Sérgio Burgi. IMS.

finalistas

Futuros em gestação: cidade, política e pandemia. Guilherme Wisnik, Tuca Vieira. WMF Martins Fontes, Escola da Cidade

Imagens marcantes da fotografia brasileira (1840-1914). Pedro Corrêa do Lago, Ruy Souza e Silva. Capivara

O olhar germânico na gênese do Brasil. Maurício Vicente Ferreira Júnior, Rafael Cardoso. Museu Imperial

Tomie. Paulo Miyada, Priscyla Gomes (Organizadores). Instituto Tomie Ohtake

A obra sobre o percurso da artista traz textos que revelam novas perspectivas sobre sua longeva produção e resgata também, em fortuna crítica, ensaios de Agnaldo Farias, Ana Paula Cavalcanti Simioni, Aracy Amaral, Mario Pedrosa, Miguel Chaia, Paulo Herkenhoff e Sofia Gotti.

Biografia e reportagem

Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro. Fábio Victor. Companhia das Letras.

Mostra a atuação política dos militares desde a redemocratização até a ascensão de Bolsonaro, que promoveu a politização da caserna.

finalistas

A vacina sem revolta: a luta de Rodolpho Theophilo contra o poder e a peste. Lira Neto. Bella Editora

Escravidão: da independência do Brasil à Lei Áurea. Laurentino Gomes. Globo Livros

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“O terceiro livro da série (Da Independência do Brasil à Lei Áurea) toma como ponto de partida o célebre quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo (novamente em exposição, com a reabertura do Museu do Ipiranga). O faro jornalístico de Gomes para a releitura de efemérides abre margem para uma leitura mais complexa do sentido do Brasil, haja vista que o autor recupera uma pintura que faz parte do acervo da Biblioteca Nacional da Austrália. Na tela, ‘Um escravo nu, de mãos atadas a um poste de madeira, está sendo açoitado por outro homem também negro. O sangue escorre em profusão de seu corpo esquálido. Os dedos retesados dos pés indicam a intensidade da dor que sofre a cada golpe’.”. Leia a resenha de Fábio Silvestre Cardoso.

O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro. Juliana Dal Piva. Zahar.

“Ao longo de quatro anos, Dal Piva conseguiu entrevistar cinquenta pessoas para montar o quebra-cabeça do que era conhecido entre os participantes como ‘o negócio do Jair’, um esquema operado pelo subtenente da reserva da PMERJ Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro há três décadas que até poucos anos trabalhava para Flávio Bolsonaro. “Com dinheiro vivo, o primogênito do presidente pagava despesas pessoais, comprava imóveis e injetava esses recursos no caixa de uma loja de chocolates de sua propriedade em um shopping da Zona Oeste do Rio”, escreve Carol Pires.

Rainhas da noite. Chico Felitti. Companhia das Letras

O livro narra a história de três travestis que comandaram o centro da cidade de São Paulo entre as décadas de 1970 e 2010.

Ciências

Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor. Matthew Shirts. Claro enigma.

finalistas

Covid-19: desafios para a organização e repercussões nos sistemas e serviços de saúde. Lenice Gnocchi da Costa Reis, Margareth Crisóstomo Portela, Sheyla Maria Lemos Lima. Fiocruz

Pediatria Essencial. Alice D’Agostini Deutsch, Carlos Augusto Cardim de Oliveira, Claudio Schvartsman, Durval Anibal Daniel Filho, Eduardo Juan Troster, Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires, Érica Santos, Mariana Facchini Granato, Paula Alves Gonçalves, Renata Dejtiar Waksman. Atheneu

Psicanálise de boteco: o inconsciente na vida cotidiana. Alexandre Patricio de Almeida. Paidós

Uma história das florestas brasileiras. Zé Pedro de Oliveira Costa. Autêntica 

Ciências humanas

Humanamente digital. Cassio Pantaleoni. Unità Educacional.

finalistas

É próprio do humano: uma odisseia do autoconhecimento e da autorrealização em 12 lições. Dante Gallian. Record

Identidades e crise das democracias. Bernardo Sorj. Fundação FHC

O ponto a que chegamos: duzentos anos de atraso educacional e seu impacto nas políticas do presente. Antônio Gois. FGV. 

Em O ponto a que chegamos, o jornalista especializado em educação mastiga para seus leitores a literatura sobre a história do atraso educacional brasileiro. O resultado é um livro enxuto e fácil de digerir, mas ao mesmo tempo rigoroso. Trata-se de um esforço de síntese admirável de uma literatura que envolve pedagogia, história, ciência política e economia — áreas pelas quais o autor navega sem sobressaltos. O estilo conciso é digno da metáfora de Hemingway sobre textos e icebergs: percebe-se que o texto apresentado é apenas a ponta de um conhecimento acumulado por anos”, escreve Thomas H. Kang em resenha para a Quatro Cinco Um.

Pontos fora da curva: por que algumas reformas educacionais no Brasil são mais efetivas do que outras e o que isso significa para o futuro da educação básica. Olavo Nogueira Filho. FGV

Ciências sociais

Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. Marcos Nobre. Todavia.

“Em Limites da democracia, Marcos Nobre apresenta um instigante ensaio para pensarmos o estado de nossa política e de nossa reflexão sobre ela, tal como ambas, prática e teoria, se configuraram de 2013 para cá. Em meio à cacofonia da discussão pública, na qual vozes autoritárias dão forma e andamento à pauta, não é pouca coisa. Trata-se de um trabalho de reflexão que nos convida a repor questões, repensar respostas, desfazer amálgamas e evitar soluções fáceis, como aquelas que começam e terminam em ‘junho’, ‘Bolsonaro’, ‘novas direitas’”, ‘presidencialismo de coalizão’” e ‘democracia’.”, escreve Daniel Peres em resenha na revista dos livros.

finalistas

Linha vermelha: a guerra da Ucrânia e as relações internacionais do século XXI. Felipe Loureiro (Organizador). Editora da Unicamp

Movimento LGBTI+: uma breve história do século XIX aos nossos dias. Renan Quinalha. Autêntica.

“Contar a história de um movimento social é uma costura intrincada para alinhavar os documentos e arquivos já estabelecidos e, especialmente, as escolhas e decisões de quem conta. Para Quinalha, contar uma das possíveis histórias do movimento LGBTI+ é trabalhar com um inventário em negativo. Não há apenas a dificuldade de elaborar uma arqueologia dos acontecimentos significativos, em uma tarefa de lapidação de camadas soterradas por estigma e violência, mas também de lidar com as ausências”, escreve a colunista Bianca Tavolari.

Nós do Brasil: nossa herança e nossas escolhas. Zeina Latif. Record

Um diagnóstico sobre as origens históricas do subdesenvolvimento brasileiro de um ponto de vista liberal, com muitas críticas às políticas desenvolvimentistas e elogios às “reformas estruturantes” do governo Michel Temer.

Tecnologia do Oprimido: desigualdade e o mundano digital nas favelas do Brasil. David Nemer. Milfontes

Economia criativa

Receitas do Favela Orgânica. Regina Tchelly. Senac Rio.

finalistas

Criatividade a sério. Felipe Zamana. Obra Independente

Hospedagens memoráveis. Rodrigo Galvão. Freitas Bastos Editora

Metaverso Educacional de Bolso – Conceitos, Reflexões e Possíveis Impactos na Educação. Francisco Tupy, Helena Poças Leitão. Arco 43 Editora

Patrimônio 4.0. Pedro Henrique Gonçalves (Organizador). Blucher

Produção editorial

Capa

Mensagem. Capista: Flávia Castanheira. Todavia.

“O livro não deixa de ser ‘mensagem numa garrafa’ para os pósteros, um salve-se quem souber. Mensagem é um cadinho de pérolas da poesia de língua portuguesa por ser a única coleção de poemas em português organizada e publicada pelo poeta essencialmente diverso, disperso e desorganizado — sua refração em múltiplos heterônimos é apenas um dos reflexos da personalidade alheia a qualquer forma de completude. Assim, para além do valor intrínseco dos poemas, há o que poderia significar para a compreensão da obra um gesto de autoconsciência artística.” Leia na íntegra a resenha de Carlos Adriano.

finalistas

Judith Lauand: desvio concreto. Capistas: Paula Tinoco, Roderico Souza. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)

Moby Dick, ou A baleia. Capista: Rafael Nobre. Clássicos Zahar

Ubuntu: eu sou porque nós somos. Capista: Bloco Gráfico. ImageMagica

Um defeito de cor (Edição Especial). Capista: Leticia Quintilhano. Record

No 75º episódio do 451 MHz, Ana Maria Gonçalves e Cidinha da Silva contam como ficaram amigas, conversam sobre a importância histórica de Um defeito de cor e sobre a obra, que comemorou dezesseis anos de publicação em 2022 e recebeu uma edição especial pela editora Record, com texto de orelha de Cidinha da Silva e imagens de obras da artista Rosana Paulino.

Ilustração

A notável história do homem-listrado. Ilustradora: Fayga Ostrower. EDUFRN.

finalistas

Minúscula. Ils. Fran Matsumoto. Brinque-Book

O dedão do pé do gigante. Ils. Bruna Ximenes. Editora do Brasil

O povo Kambeba e a gota d’água. Ils. Cris Eich. Edebe Brasil

Sou mais eu. Ils. Rogério Coelho. Editora(s): DarkSide

Projeto gráfico

Expresso 2222. Resps. Paulo Chagas, Ana Oliveira. Iyá Omin.

finalistas

Atos de revolta: outros imaginários sobre independência. Resp. Sometimes Always. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Judith Lauand: desvio concreto. Resp. Paula Tinoco, Roderico Souza. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)

Middlemarch: um estudo da vida provinciana. Resp. Flávia Castanheira, Igor Miranda. Pinard

Tomie. Resp. Felipe Carnevalli De Brot, Vitor Cesar Junior. Instituto Tomie Ohtake

Tradução

Finnegans Rivolta. Tradutores: Coletivo Finnegans, Dirce Waltrick do Amarante (Organizadora). Iluminuras.

finalistas

Édipo Rei ou Édipo em Tebas. Trad. Jaa Torrano. Ateliê Editorial, Editora Mnêma

Inana. Trad. Adriano Scandolara, Guilherme Gontijo Flores. Sobinfluencia Edições

Linhas fundamentais da filosofia do direito. Trad. Marcos Lutz Müller. Editora 34

Phantasus: poema-non-plus-ultra. Trad. Simone Homem de Mello. Perspectiva

Inovação

Escritor(a) estreante

Extremo oeste. Paulo Fehlauer. Cepe.

finalistas

A tessitura da perda. Cristianne Lameirinha. Quelônio

O céu no meio da cara. Júlia Portes. NAU Editora

Síngulas Brasilis Fantásticas. Valentim Biazotti. Penalux

Sismógrafo. Leonardo Piana. Edições Macondo

Fomento à literatura

Álbum Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas. Resp. Evanir de Oliveira Pinheiro. 

finalistas

Calangos Leitores. Resp. Claudine Maria Diniz Duarte

Mostra de Literatura Inclusiva. Resp. Andrey do Amaral

Projeto Ciranda do Saber. Resp. Meire Aparecida do Nascimento

São Luís sob a luz dos tambores. Resp. Foto Clube Poesia do Olhar

Livro brasileiro publicado no exterior

Marrom e Amarelo (em inglês, Phenotypes). Paulo Scott. Tradução para o inglês de Daniel Hahn. Alfaguara, And Other Stories. 

  
Capas da edição brasileira e norte-americana de Marrom e Amarelo, de Paulo Scott

“O fio condutor de Marrom e Amarelo, de Paulo Scott, são os encontros de uma comissão criada para discutir o preenchimento de cotas raciais nas universidades públicas do país. As fraudes no processo, que foram ignoradas e negligenciadas por anos pelo governo, instauram o caos no ambiente acadêmico. Alunos se reúnem em dissidências estudantis, o corpo docente se divide. Até os que se opõem às políticas de ação afirmativa passam a pedir que a lei seja revogada. Para acalmar os ânimos, o governo federal instaura uma comissão em caráter de urgência para uniformizar a forma de ingresso de estudantes cotistas nas universidades”, escreve Yasmin Santos em resenha da edição brasileira.

finalistas

Becos da memória. Pallas Editora, Portugalský inštitút. 

Caderno de rimas do João. Pallas Editora, Editora Trinta Zero Nove

O cabelo de Cora. Pallas Editora, Editora Trinta Zero Nove

Setenta. Dublinense, Hellnation Libri