Literatura Negra,

Onde está o amor?

Em entrevista, Robert Jones Jr. fala sobre seu primeiro romance, em que busca responder como eram as relações amorosas queer entre negros escravizados nos Estados Unidos colonial

25out2023

No princípio houve uma pergunta carregada de estranheza: por que a figura do negro queer não aparecia em nenhuma obra do cânone literário antes do Renascimento do Harlem, o movimento cultural também conhecido por New Black Movement que irrompeu na década de 20 nos Estados Unidos? E, logo, esta deu origem a uma segunda questão: onde estava o amor entre pessoas do mesmo sexo na longa experiência do escravagismo norte-americano?

Robert Jones, Jr., também conhecido como “o filho de Baldwin”, notou essa falha e quis preenchê-la com um romance que ainda ninguém havia escrito. Ou seja, seguiu o conselho de uma das suas autoras de eleição, Toni Morrison, que um dia disse que se alguém ainda não tivesse encontrado o livro que quisesse ler, deveria escrevê-lo. Jones Jr. escreveu-o e chamou-lhe Os profetas.

“Aquilo a que me propus foi tornar o amor o centro do livro e não fazer da escravatura uma personagem. Ela seria o pano de fundo”, diz o escritor sobre o seu primeiro romance em conversa com a Quatro Cinco Um a partir da sua casa em Brooklyn, Nova York, onde nasceu em 1971 e vive com o marido, o advogado Adrian Techeira. Dessa forma começava o amor entre Samuel e Isaiah, dois homens negros escravizados que vivem numa plantação de algodão no Mississippi, no Sul dos Estados Unidos. Conhecemo-los num mês de julho, que os tentara matar de calor, num lugar onde o sol “invadia até a sombra”. Ali cresceram juntos e descobriram o amor um pelo outro. E esse amor nasceu entre a violência, entre corpos destinados a produzir e a se reproduzir para que o sistema de produção pudesse continuar.

‘Pareceu-me estranho a figura do negro queer não surgir no cânone antes do Renascimento do Harlem’

Lemos: “Samuel e Isaiah costumavam gostar de estar com outras pessoas até que as outras pessoas mudaram […] Então eles aprenderam a se resguardar”. Samuel era o desespero, Isaiah, a alegria. Os dois existiam numa espécie de “dupla anomalia” dentro da “anomalia” que era ser negro.

Ser preto era existir em um constante estado de desordem, uma escuridão que só poderia ser corrigida pela luz, uma serva que só poderia ser desembaraçada com o facão, um caos que só poderia ser dominado por uma mão lenta e uma autoridade feroz.

O livro foi publicado em 2021 nos Estados Unidos e esteve nomeado, entre outros prémios, para o National Book Award em 2022. Já foi traduzido para mais de vinte idiomas e fez de Robert Jones Jr. um dos nomes a seguir na actual literatura, com um estilo marcado por autores como Toni Morrison ou James Baldwin, a quem chama de mãe e pai literários.

Superar o medo

Ele tem a expressão de quem já superou o medo, mas ainda está a aprender a lidar com o sucesso. Nos conta a génese, palavra que no contexto de Os profetas assume um simbolismo especial, dada a estrutura e o tom quase bíblico do livro. “Eu estava a estudar escrita criativa no Brooklyn College e a especializar-me em Estudos Africanos. Lia obras de Toni Morrison, James Baldwin, Zora Neale Hurston, Alice Walker e pareceu-me estranho o facto de a figura do negro queer não surgir em lado nenhum no cânone antes do Renascimento do Harlem. E, então, perguntei-me: o que aconteceu antes disso? Existiam pessoas negras queer?”

Foi a pergunta de partida para ele se lançar na escrita do romance, ao mesmo tempo que escrevia ensaios para publicações de prestígio como Paris Review, Variety e New York Times, alguns dos quais integram as antologias de Jones Jr.: Four Hundred Souls [Quatrocentas almas] e The 1619 Project [Projeto 1619]. “Procurei muito e os únicos livros onde consegui encontrar alguma discussão sobre isso foi em Incidentes na vida de uma menina escrava, de Harriet Ann Jacobs, uma narrativa sobre uma escravizada vítima de violação por um senhor. E em Amada, de Toni Morrison. O personagem Paul D é sexualmente agredido por um feitor. Mas onde estava o amor? Percebi que tinha de escrever o meu livro.”

Passou catorze anos a escrevê-lo, com as dificuldades inerentes a quem precisa de ter vários empregos para se sustentar em Nova York. Sobrava pouco tempo e havia medo. O escritor explica: “Tinha medo de que os membros das comunidades negras se sentissem insultados. Por exemplo, eu teria de olhar criticamente para a religião e o papel que ela desempenha na ideia de perversidade. Essas coisas assustaram-me. Mas tive sobretudo de imaginar como seria ter sido negro, homossexual e escravizado em meados do século 19 nos Estados Unidos”.

Em nome dos antepassados

Entre as várias pressões e dificuldades que acompanharam o processo de escrita, encontrou um tempo que lhe permitiu avançar: o silêncio das três da madrugada em Nova York, a “hora mágica”, refere com um sorriso. Entretanto, continuava a pesquisar, a ler. “Já uns onze ou doze anos depois de iniciar a escrita começaram a surgir histórias de pessoas escravizadas que eram queer e coisas do género. Senti-me encorajado”, salienta. Ia escrever esse livro “em nome dos antepassados cujas histórias foram apagadas, ignoradas ou destruídas”.

Chama-lhes os ancestrais, vozes que lhe sussurravam da mesma maneira que iam sussurrando às personagens que criava no romance. Memórias, premonições, formas para prosseguir, qualquer coisa que parecia desafiar a razoabilidade e entrar em territórios mais próximos da cultura de que se sente herdeiro. Deu ouvidos aos sonhos.

‘Os profetas’ é uma história de amor queer, mas também uma história de violência

O início do livro veio desse território onírico. “Apareceu-me num sonho. Nele, eu estava num jardim com um homem mais velho, muito escuro. Ele ensinava-me a plantar e eu fazia tudo mal. E ele pôs as mãos nas ancas, olhou para mim e sussurrou: ‘Você ainda não nos conhece’. Acordei do sonho e escrevi só isso no meu caderno de notas: ‘Você ainda não nos conhece’. Quando cheguei ao computador para trabalhar, olhei para aquilo e pensei: os meus antepassados estão a dizer-me que querem ter uma voz nesse livro; uma voz para guiar a mim, às personagens e aos leitores através deste terreno difícil. Claro que é a minha imaginação a trabalhar, mas também gosto de pensar que há nisso um sentido espiritual.”

Os profetas é uma história de amor queer, e também uma história de violência. Ela não é o tema, mas surge enquanto tudo o resto se desenvolve, incluindo uma espécie de brilho que advém da humanidade resistente à selvajaria. É um lugar de paradoxos, onde o bem e o mal coexistem, como acontece em todos os lugares onde o ser humano habita — ali, em circunstâncias de subalternidade de uns em relação a outros, numa espécie de cadeia de comportamentos que reproduz modelos, traumas, raiva e generosidade. 

Como a personagem Maggie, uma das mulheres negras do romance, que sabe dessa contradição e aprende a sobreviver nela. Lemos, então:

As pessoas raramente se desviam da sua natureza, e embora doesse admitir isso, ela encontrava um tiquinho de conforto na familiaridade. A bondade deles, [dos brancos] a deixava em pânico. Porque, como qualquer armadilha, era imprevisível. Ela a rejeitava e arriscava arcar com as consequências. Então, pelo menos, a retaliação tomava uma forma reconhecível e ela não passava por tola.

Entra em cena um dos assuntos mais pungentes do romance: a cor que nasce da violação, na qual mulheres negras são máquinas de fazer bebés, sendo muitas vezes estupradas pelos seus senhores que lhes deixam uma semente indesejada. E começam as gradações da negritude, academicamente tratadas no conceito de colorismo.

“Foram feitos estudos que mostram que se for uma pessoa negra de pele mais clara e estiver no tribunal, a pena será menos pesada. Ou, se tiver a pele mais clara, tem mais probabilidade de ser contratado por um empregador. Portanto, o legado ainda permanece. Os Estados Unidos têm uma forma muito estranha de determinar se somos negros. A lei de uma gota de sangue. Foi a forma que a América encontrou de tentar manter a pureza branca”, observa Jones Jr.

Faz uma pausa e retoma: “A raça é uma construção tão ridícula e tem causado tantos danos, não só às vítimas do racismo, mas também ao racista, porque para desumanizar outra pessoa é preciso primeiro desumanizar-se a si próprio”.

Não há heróis

Robert Jones Jr. dá a cada personagem uma enorme consistência. Elas são corpo e alma para quem o lê. A rasura ou superficialidade não lhes assenta. São complexas, nunca heroicas. Existem no espaço entre luz e escuridão que lhes permite descer ao inferno sem que isso alguma vez pareça um exibicionismo literário de dor. “Fui comedido nas descrições de brutalidade. Quando 
estava a fazer a pesquisa, li histórias sobre como era a vida nas plantações e era muito mais brutal do que aquela que apresentei no livro. Muitas vezes tive de parar. ‘Meu Deus, como é que isto foi possível? Isto é real?’ Se eu tive essa reação, como é que falaria disso no livro?”

Dá como exemplo uma cena de punição extrema a Samuel e Isaiah, ao ter sua relação denunciada aos senhores. Perguntou-se: “Como faço para que isto seja suportável?”, e contou a cena cruzando o ponto de vista de cada um deles, não o castigo visto de fora, mas eles a ver os outros a olhar para o castigo que sofriam e olhando-se um ao outro enquanto eram brutalmente violentados. Samuel e Isaiah viram a mesma euforia em negros e brancos; a mesma vertigem diante da execução de um castigo que, negros e brancos, achavam punível segundo regras semelhantes: aos olhos de um deus e de uma moral que começavam a partilhar. Todos vestiam o hábito do justiceiro. A negritude aqui não é guardiã da bondade.

Polifonia

No primeiro rascunho do livro, que se chamava Sing Hannibal, Bear Witness (Cante Hannibal, testemunhe), a voz narradora era a de Isaiah, que então tinha como nome Hannibal. Ele contava a sua história, como vivia naquela plantação e se apaixonou por um jovem chamado Samuel. Depois, apercebeu-se que o ponto de vista de Isaiah era demasiado limitado e talvez devesse incluir o do seu amante, e o livro passou a ser os dois a falarem um com o outro. Mesmo assim, sentiu que não conseguia transmitir o suficiente apenas com aquela conversa e decidiu trazer mais vozes, tanto as dos escravizadores como as dos escravizados.

Daí uma polifonia na qual além das vozes dos personagens da plantação Halifax entram as de ancestrais que transformam o romance numa espécie de épico, que encontra sentido no par Samuel-Isaiah, dois homens diferentes que sentem pertencer um ao outro. Isaiah entregando-se, Samuel desconfiando. Diz Jones Jr.: “Era muito importante para mim não os tornar inocentes. Há esta ideia de que a única forma de sermos heroicos é sermos perfeitos. Isso é aborrecido e não é realista. Estou a representar pessoas reais e todos os seres humanos são capazes de ser bons e de ser maus. Quis retratar isso em cada personagem do livro.”

Mas se há vozes que se suplantam são as das mulheres, como se carregassem uma sabedoria e poderes narrativos sobre-humanos, como que guardiãs de uma forma ancestral de passar a memória. Elas sabem mais, parecem ver mais, intuem mais e carregam cicatrizes que nenhum homem tem. “As mulheres em Os profetas são uma homenagem às minhas tias-avós, que foram algumas das pessoas mais fortes, engraçadas e inteligentes que conheci. A mãe da minha avó e as suas irmãs”, justifica o escritor.

‘Quis reescrever a história bíblica colonial; quis uma história mais honesta’

As antepassadas de Jones Jr. nasceram e cresceram na Carolina do Sul, sendo que a sua tia-avó mais velha viveu na mesma plantação em que a avó dela fora escravizada. “Construiu lá a sua própria casa, jardinou e cultivou lá. Eu costumava passar lá os verões e não fazia ideia dessa história. Só soube há pouco tempo. Mas ela ensinou-me como cozinhar, como rezar. Também aprendi que esse conhecimento ancestral, a transmissão de certas práticas, nem sempre foi apenas da alçada das mulheres. Por exemplo, o meu trisavô era o curandeiro ou feiticeiro da sua comunidade. Isso acontecia quando os homens não tinham medo de abraçar os seus traços femininos.”

Esse é outro aspecto que o livro explora, as várias dimensões de cada ser humano e o conflito interior que isso gera em cada um. “Houve uma época em que a masculinidade e a feminilidade não estavam tão separadas como agora. Saber isso ajudou-me a dar forma a Os profetas”, continua o escritor acerca não apenas do conteúdo, mas da forma que o romance foi estruturado, como uma “espécie de crítica à Bíblia”. “Quis reescrever a história bíblica colonial; quis uma história mais honesta.”

“Quando estava a fazer a minha investigação aprendi que uma das primeiras coisas que os escravizadores faziam quando capturavam os africanos era retirar-lhes a religião, a cultura, os nomes. Davam-lhes nomes cristãos e os obrigavam a adorar os seus deuses, Jesus ou Jeová”, conta. Isaiah vive obcecado em saber o seu verdadeiro nome. Saber isso é como descobrir a sua identidade, o lugar de onde vem. “Eu queria deixar claro que temos uma história pré-bíblica em África e uma história pós-bíblica quando nos tornaram afro-americanos. Quis dizer que o cristianismo desempenha um papel importante nessa ruptura entre nós e a terra-mãe.” Há capítulos com o título dos Apócrifos, livros que não foram incorporados à Bíblia. “É uma espécie de dica subtil ao leitor de que vai receber conhecimentos que foram deixados de fora”, diz, com um sorriso.

E, transversal a tudo, a pergunta: “Quem sou?”. Sobre isto, voltamos a ouvir o escritor: “James Baldwin contou que uma vez, ao visitar Inglaterra, lhe perguntaram de onde era. Ele respondeu que era dos Estados Unidos. E eles diziam: ‘Não, não. De onde é mesmo?’. Ele não sabia responder a essa pergunta, porque foi isso que a escravatura fez. Obliterou a linhagem. Nós não sabemos. O desejo de Isaiah, ao procurar saber o seu nome, é a sua tentativa de compreender finalmente quem é e de onde vem, algo que foi retirado a milhões de afro-americanos neste país. Ainda hoje, nós nos debatemos com essa ideia de quem somos, de saber de onde viemos.”

Jones Jr. sabe responder a essa pergunta. “Eu sei. Saiu-me a sorte grande. Sei pelo menos de uma das minhas linhas do lado do meu pai. O meu tio-avô Herbert traçou a nossa história até ao continente, desde a Serra Leoa e Guiné. Vieram de lá dois antepassados, que tiveram cinco filhos e eram propriedade de um casal inglês. Com a Inglaterra prestes a abolir a escravatura, pediram ao rei de Inglaterra terras na América, e ele deu-lhes o que hoje parece ser uma quantidade ímpia em Savannah, Geórgia.”

“Um de meus antepassados não sobreviveu à travessia. Chamava-se Robert. Descobrimos que todos os rapazes mais velhos desde ele se chamaram Robert. Até chegar a mim, foram seis gerações de Robert. Sei que carrego o nome de alguém que não conseguiu sobreviver. Sinto uma enorme responsabilidade para com essas pessoas”, continua.

James Baldwin

Conta que em todo o processo de escrita houve um esforço para ir sempre melhorando, inspirado sobretudo em James Baldwin. A este ponto, serve o pretexto para falar de Son of Baldwin, blogue criado por ele depois de ter lido o ensaio “Here Be Dragons” (Aqui há dragões) no qual Baldwin escreveu: “No fundo, o que eu tinha descoberto era que o desejo masculino por um homem anda por todo o lado, ávido, desesperado, inimaginavelmente solitário”.

Ao ler o ensaio, um dos últimos do escritor que morreu em 1987, Jones Jr. não encontrou apenas a formulação para investigar a hiper-masculinidade em que era fundada a sociedade norte-americana, mas também o mote para criar uma comunidade on-line para discutir questões de sexualidade, raça ou género. Foram catorze anos, milhares de seguidores e, por fim, o cansaço.

‘James Baldwin teve um impacto profundo em mim. Tornou-se uma espécie de padrinho espiritual’

“Descobri Baldwin muito tarde. Foi em 2002, eu tinha 31 anos. Ele teve um impacto profundo em mim. Fiquei a saber que ele era negro, que era gay, que vivia em Nova York e que era escritor. Quatro coisas que eu pensava que queria ser ou que já era. Ele tornou-se para mim uma espécie de padrinho espiritual. E perguntei-me porque é que não era devidamente celebrado, sendo um escritor e um pensador tão brilhante. Por isso, criei um blogue no qual partilhava as minhas ideias sobre Baldwin e o seu trabalho, esperando continuar o legado que ele deixou”, conta.

Em seguida, tornou-se uma página do Facebook, que foi quando decolou, acumulando mais de 300 mil seguidores nas redes sociais. “Tive de a deixar ir, de me retirar porque esses espaços nas redes sociais tornam-se muito tóxicos, muito abusivos, e estava a ter efeitos na minha saúde. Mas, até certa altura, foi uma experiência maravilhosa”, conclui.

Mesmo assim, Baldwin continuou como uma referência. Por exemplo, quando escreve sobre assuntos difíceis como sexo. “Nisso eu não queria ser vulgar. Queria que fosse bonito”, e volta a outra referência. “Toni Morrison disse que quando se escreve sobre sexo não se está a escrever sobre o acto sexual, mas acerca de tudo o resto. Que o leitor sabe onde estamos, por isso não é preciso falar da mecânica. É preciso falar do que se sente, de como se sente.”

E é altura de voltar a falar do medo. Esse medo que quase o paralisou enquanto escritor. O livro saiu, teve sucesso, foi bem recebido pela crítica. “Foi uma surpresa, eu esperava que fosse ser boicotado ou banido”, diz.

“Nos Estados Unidos, há um grande movimento conservador; estamos a tentar apagar o passado e escondê-lo dos nossos filhos. E dizemos que o fazemos porque queremos protegê-los. Mas mentir aos nossos filhos não é protegê-los. É pô-los em perigo. Pensei que o meu livro seria apanhado por isso. Há também o outro lado. A sociedade está muito polarizada, mas achei que mesmo os menos conservadores fossem achá-lo demasiado. Ou que ninguém prestasse atenção. Contudo, não foi isso que aconteceu e fiquei completamente em choque”, revela. Ficou em choque por haver pessoas “a dar-lhe valor”. “Todos os anos são lançados 1 milhão de livros, por que o meu havia de ser especial?” 

Agora, está a escrever outro livro. Já tem mais de 600 mil palavras escritas. Tudo para rever. E desvenda um pouco: “É um livro muito diferente, mais contemporâneo. Passa-se no século 20, em Nova York. Nele, a pergunta é: o que significa ser um homem negro nos Estados Unidos? O que é isso? O que é que está na intersecção entre a negritude e a masculinidade? São essas as perguntas a que estou a tentar responder.”

Quem escreveu esse texto

Isabel Lucas

Jornalista e crítica literária portuguesa, escreveu Viagem ao país do futuro (Cepe).