Literatura brasileira,

Este livro é um silêncio estrondoso

Manuscrito de ‘A hora da estrela’, com anotações e rasuras, lança perguntas sobre o processo criativo de Clarice Lispector

01out2021

Fazia cinco anos que Clarice Lispector (1920-77) havia publicado seu último livro, A hora da estrela, e em seguida morrido, quando o filósofo e crítico literário paraense Benedito Nunes sintetizou em uma formulação precisa as três histórias da novela da autora: a primeira era a de Macabéa, a segunda, a do narrador Rodrigo S.M., que reflete a sua vida na da personagem, “acabando por tornar-se dela inseparável, dentro de uma situação tensa e dramática de que participam e que constitui a terceira história — a história da narração mesma, ou seja, o curso oscilante, digressivo que ela tem, a preparar a sua matéria, a retardar a sua fabulação”.

Desde o ano passado as celebrações do centenário de nascimento da escritora se prolongam. A partir do dia 23 de outubro, o Instituto Moreira Salles (IMS) inaugura em São Paulo a exposição Constelação Clarice com quadros, fotos e objetos da autora e outras obras de artistas contemporâneas suas. Ao lado da exposição, uma das principais iniciativas das comemorações foi o lançamento, em maio, dos manuscritos de A hora da estrela em edição numerada de grande formato pela francesa Les Saints Pères (no Brasil, SP Edições).

O material não era desconhecido; os manuscritos foram entregues em 2004 ao IMS por Paulo Gurgel Valente, filho e herdeiro de Clarice, que foi quem teve contato com a editora francesa e enviou os arquivos digitalizados para a feitura do livro. Mas não é como se tivéssemos podido conhecê-lo por inteiro até o momento — ao menos não como podemos ver aqueles manuscritos que bibliotecas e universidades vêm liberando em seus sites, a exemplo dos cadernos de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, guardados na British Library e também lançados pela Saints Pères.

O manuscrito guarda o mérito de nos alimentar com mais perguntas, além de um tanto de fetiche

A hora da estrela pode ser acessado, em formato digital, por pesquisadores que agendam visita ao IMS no Rio de Janeiro, e o site da instituição disponibiliza 35 notas usadas na composição da novela. A nova publicação permite que, de modo mais abrangente, se possa descobrir mais narrativas acumuladas e sobrepostas às três primeiras da novela, pela investigação e levantamento de hipóteses sobre como a autora preparou a matéria do livro.

Horizonte de expectativas

Desde 2012 a Saints Pères se dedica à publicação da papelada de escritores, como as provas impressas de As flores do mal corrigidas pelas mãos de Charles Baudelaire e o manuscrito de A peste, de Camus, recentemente de volta à lista de livros mais vendidos dada a pandemia de Covid-19. Os best-sellers da editora atestam o gosto crescente de um público menos especializado por esses papéis que, na França, têm status de patrimônio nacional. No Brasil, em que pese a fama de Clarice Lispector, é provável que A hora da estrela não saia feito pão quentinho (o volume chega aqui por quase mil reais), mas ele guarda o mérito indiscutível de nos alimentar com mais perguntas, além de um tanto de fetiche.

Foi o fetiche que me incentivou a tentar decifrar as páginas de Mrs. Dalloway. Fosse apenas a caligrafia elegante de Virginia Woolf eu teria desistido depois de lidas algumas páginas. E, quando a curiosidade ficou satisfeita, não fui embora apenas porque, em buscas simples na internet, descobri artigos, dissertações e teses que cobrem inúmeros aspectos do romance e de seu processo de escrita, iluminando o valor do repositório de informações que eu tinha em mãos.

Aproximo Virginia de Clarice aqui — como esta última não gostava, segundo um texto do Jornal do Brasil de 1971, pelo fato de a inglesa ter se suicidado — como uma abordagem concreta para pensar a preservação e a pesquisa em torno da obra de escritoras modernas essenciais do último século. Também porque a facilidade para acessar os papéis de Virginia e a variedade da produção intelectual a partir deles criam para mim um horizonte de expectativas sobre o que pode ainda acontecer em torno de A hora da estrela. Coloco as duas em paralelo, enfim, porque um trecho da biografia de Quentin Bell sobre Virginia orientou meu primeiro susto com o manuscrito de Clarice.

Virginia escreveu Mrs. Dalloway nos mesmos papéis que compunham os livros da Hogarth Press, editora que mantinha com Leonard Woolf, traçando com lápis azul uma margem à esquerda e preenchendo o papel com tintas roxa, preta e azul em entradas datadas, como um diário. Bell conta que sua tia escrevia no estúdio nos fundos da Hogarth House, a casa na região oeste de Londres: “Podia-se encontrar Virginia de manhã, sentada, ao lado do aquecedor a gás, numa velha poltrona cujo estofamento caía em confusão sobre o assoalho; tinha no colo uma prancha com faces dobráveis e sobre ela ia escrevendo e reescrevendo seus livros”.

Essa cena da escrita me remeteu imediatamente à série de fotografias de Clarice no sofá, com a máquina de escrever no colo — como passou a fazer nos Estados Unidos, quando seus filhos eram pequenos e o trabalho se dava em meio ao caos doméstico. Olga Borelli, sua amiga dos últimos anos, descreve os hábitos da escritora em Esboço para um possível retrato, de 1981: “Esticava as pernas numa banqueta e dirigia o olhar para fora da janela, sem se deter no pequeno jardim de folhagens. Ligava então o pequeno rádio, sempre à mão, na Rádio mec ou na Rádio Relógio, acendia um cigarro, colocava os óculos e anotava palavras ou frases. […] De repente, operava-se uma transformação: colocava a máquina no colo e com agilidade datilografava páginas e páginas até que, num redemoinho em que dava a impressão de estar se arremessando a si própria em cada palavra, tirava o papel da máquina com violência, colocando-o sobre a pilha ao seu lado”.

Foi surpreendente então que, ao abrir a edição francesa, a capa dura vermelha carmim com letras douradas tenha revelado, além das dezenas de anotações, páginas e páginas escritas de cima a baixo. O espanto era ainda maior porque, além do conhecido hábito à máquina, a própria Clarice e seus vários estudiosos reiteram as dificuldades que ela passou a ter para escrever à mão depois do incêndio em 1966 que quase resultou na amputação da mão direita e exigiu enxertos de pele, fisioterapia e cirurgia plástica. Ela chega a declarar sua gratidão à Olympia portátil em que redige um texto de 1968: “Ela me transmite sem eu ter que me enredar no emaranhado de minha letra […] Inclusive parece captar sutilezas”.

E, no entanto, ali estão cinquenta páginas preenchidas, em tinta azul e preta aparentemente de canetas esferográficas, por uma caligrafia perfeitamente compreensível, até caprichada, ainda que em alguns casos desenhada com nítida dificuldade. São cinco conjuntos de manuscritos, conforme estabeleci em uma pesquisa inicial exploratória; folhas redigidas “febril e continuamente do começo ao fim”, segundo descrição de Benedito Nunes.

Vazios e lacunas

Depois do encantamento com o desenho de cada letra, o trabalho de transcrição e comparação das páginas dos manuscritos — ordenadas nessa edição francesa segundo a narrativa publicada em 1977 — permite constatar diversos vazios em relação ao texto do livro pronto, que correspondem a digressões do narrador, ao diálogo agreste entre Macabéa e Olímpico e outras cenas de seu namoro morno e à vida pregressa de Madama Carlota, a cartomante que prediz um futuro faustoso para a datilógrafa alagoana minutos antes de seu atropelamento.

Há três versões para o começo do livro, a contar do quarto parágrafo. O início mais antigo, segundo minhas pesquisas, não está no corpo principal da edição francesa. São duas páginas dos “anexos” que trazem, concentrados, alguns dos principais temas da abertura: a existência de fatos antecedentes que precisam ser registrados, a explicação sobre a pontuação no título “.Quanto ao futuro.”, a dor de dente e o som de violino que acompanham a narração. Esses papéis primevos constituem, entre a página 3 e a 43, com um intervalo da 14 à 23, o corpo principal da edição francesa, contando o grosso da vida e da morte de Macabéa.

São os trechos do fim de ‘A hora da estrela’ aqueles mais exuberantes em rasuras, esse estado bruto da escrita que é promessa de conhecimento

Em seguida na cronologia viria o conjunto que começa na página 2 da edição. Nesse grupo, que vai até a página 10, os temas iniciais estão mais desenvolvidos, com trechos inteiros que serão publicados, imagens depois mais trabalhadas e outras, abandonadas. E então, como manuscrito mais tardio, identifico a primeira página da edição: o parágrafo e meio registrado ali é o mais próximo do livro definitivo e traz apenas uma rasura, alterando de “começo” para “inicio” um verbo, como na versão final: “Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos antecedentes”. Esse texto está riscado com um X, provável indicação de que o trecho foi datilografado.

São os trechos do fim de A hora da estrela os mais exuberantes em rasuras, com frase subindo pela lateral da página, seta puxando para baixo, trechos descartados, esse estado bruto da escrita que, nos manuscritos de uma obra publicada, são promessa de conhecimento. Como janelas, cada rabisco se abre em histórias desconhecidas, como um palimpsesto que Clarice construiu nos anos 70, pela escrita e pelo descarte dos rascunhos, e para o qual até hoje contribuímos, solucionando ou criando mais lacunas.

Ímpeto avassalador

A crítica já estabeleceu que, como em outras obras da autora em que narradora e autora não se delineiam tão bem, Clarice Lispector e Rodrigo S.M. estão confundidos em A hora da estrela. Apenas porque esse autor fictício usava uma máquina de escrever em vez de empunhar caneta, ter essa reprodução do manuscrito em casa não deriva para o delírio de imaginar que quem o escreveu foi ele, não ela. E também porque não há no texto publicado brincadeiras com os vaivéns da escrita e a multiplicidade de opções que manuscritos carregam — o que é patente ao se folhear esta edição. Na novela, é como se aquilo que Rodrigo S.M. bate na máquina não tivesse sido retrabalhado por ele, como se o texto traduzisse, em jorros de inspiração, sua luta com a dificuldade de escrever a história de Macabéa. Essa escrita iluminada me lança para impressões sobre esta edição e sobre a construção do mito Clarice.

A encadernação cara com piscadela de exclusividade parece querer convencer de que, entre a escrita de Clarice e o nosso olhar, só se passou pelo estágio do envio pelos Correios, ou, como diz o material de imprensa, que a escritora acabou de largar a caneta: sem hesitação, sem rasuras — que no entanto estão lá, e são um dos motivos de interesse do livro —, sem datilografia, sem edição nem correção de provas. É como se, parafraseando Paul Valéry em suas lições de poética, o escritor tivesse de fato poderes imensos que criam prodígios sem tanto esforço — o que combina tão bem com a descrição romantizada que faz Olga Borelli: “Nesses momentos a criação era febril, nada nem ninguém quebrava o encantamento. Nunca vacilava numa frase, a inspiração vinha num ímpeto avassalador e as folhas em branco eram preenchidas com sofreguidão; parecia que, com o movimento das mãos, tentava alcançar a vertiginosa rapidez do seu pensamento”.

Clarice declarou que não reescrevia seus livros. “Quando eu parto de uma ideia que me guia, eu não reescrevo”, disse na entrevista ao Museu da Imagem e do Som (MIS) em outubro de 1976. Mas completa: “O que não quer dizer que não mexa as palavras…”. Abrandando o arroubo genial, também registrou em textos do jb que escreveu “procurando com muita atenção o que se estava organizando em mim, e que só depois da quinta paciente cópia é que passei a perceber”. Sabe-se também que A maçã no escuro, de 1961, foi retrabalhado durante anos em numerosas cópias, e Água viva sofreu alterações progressivas até a narradora passar de escritora a pintora.

A raridade de versões do mesmo trecho de A hora da estrela no conjunto de manuscritos dificulta a investigação dessa elaboração na novela, mas em alguns momentos, principalmente nos inícios, é possível atestar alterações. Um trecho que, no livro final, registra um “sangue arfante de tão vivo de vida” era no primeiro esboço um reles “sangue escarlate”, se transformou depois em “sangue vivo” e em algum momento posterior ganhou sua formulação mais extensa e reiterativa. Talvez não devêssemos presenciar a triagem do caos mental no trabalho da criação, como coloca Valéry, pois com o manuscrito em mãos podemos começar a observar fissuras no monumento do gênio — uma dessacralização pouco afim ao exemplar numerado e a uma celebração de centenário.

“Eu rasguei tanto”

Uma das diferenças entre Clarice Lispector e Virginia Woolf, que torna desleal a comparação, diz respeito ao zelo pelos papéis. Depois de ter sua antiga casa destruída pelos bombardeios nazistas a Londres, Virginia foi até os destroços recuperar pertences e anotou em seu diário, em 20 de outubro de 1940: “Comecei a vasculhar em busca dos diários”. Já sobre Clarice, escreveu Benedito Nunes: “O espólio de Clarice Lispector tem toda a aparência de uma coleção fortuita de despojos”.

Em um artigo que aborda esses manuscritos, na edição crítica de A paixão segundo GH que Nunes coordenou em 1988, ele comenta a “dissipação consentida e o estado de desligamento” dos papéis, atribuindo “ao jogo aleatório das circunstâncias” a preservação do que ainda temos hoje da escritora. Ela mesma disse, na entrevista ao MIS, quando o escritor Affonso Romano de Sant’Anna conta que a Universidade de São Paulo estava pagando uma fortuna por arquivos de escritores brasileiros: “Ai, meu Deus, eu rasguei tanto”.

De modo que, como as páginas que descrevi (na edição, apagaram-se as linhas originais do papel), os 44 fragmentos compilados nos anexos da edição francesa são igualmente preciosos em sua sobrevivência. Por serem o estágio inicial do processo de escrita de Clarice, compõem com as folhas uma versão mais completa do texto de A hora da estrela; os trechos anotados preenchem vazios dos textos corridos. Uma das notas mais bonitas, em que Clarice escreve com tinta preta sobre um envelope em três cantos diferentes e em duas direções, ela contorna as informações do destinatário, que era ela mesma. O carimbo vermelho dos Correios diz: 9 xii’76. Ela ainda tomava notas então, poucos meses antes de considerar o livro terminado — aliás, na véspera do último aniversário comemorado em vida e na data exata de sua morte um ano depois.

Ana Maria Machado foi testemunha do processo de criação de ‘A hora da estrela’ quando a obra estava em um estágio angustiante

Extrapolando os limites da edição francesa, minha busca acabou por me revelar a incompletude dessa publicação quando encontrei fragmentos que pertenceriam à novela na fotobiografia de Nádia Battella Gotlib, atribuídos ao acervo de Paulo Gurgel Valente (um deles é um cheque em branco da própria Clarice, com uma frase escrita de ponta-cabeça: “Este livro é um silêncio”), além de pelo menos mais um papel inédito que o colecionador Pedro Corrêa do Lago reproduziu em 2012 no blog que mantinha no site da revista piauí. “Macabéa não sabia como se defender da vida numa grande cidade. Ela que tinha um sonho impossível: o de um dia possuir uma árvore. Que árvore, que nada: não havia nem grama sob os seus pés”. Esse trecho não aparece na versão final da novela, mas é inevitável associá-lo às “aventuras de uma moça numa cidade toda feita contra ela” e às tantas comparações que Clarice faz de Macabéa, “essa moça entre milhares delas”, com o matinho mais vagabundo: “Ela era subterrânea e nunca tinha tido floração. Minto: ela era capim”. A história do que não foi também está para ser contada.

Quanto ao futuro

É provável que Benedito Nunes não conhecesse essas notas, uma vez que comenta, na edição crítica de GH, que A hora da estrela talvez tenha sido a única exceção ao método do fragmento de Clarice, o de costurar anotações dos mais diferentes momentos.

Ana Maria Machado foi testemunha desse processo de criação quando ele estava em um estágio angustiante, como a escritora relata num depoimento publicado em fins de 2020 na revista serrote. Em novembro de 1975 ela visitou Clarice a pedido desta e viu uma caixa com diversos pedaços de papel que precisavam ser transformados em livro com uma ajuda externa — pelo menos assim acreditava Clarice.

Pelo que conta Ana Maria, não é possível saber se as páginas que lemos hoje no corpo principal da edição francesa já existiam então, e fico em dúvida se a essa altura o narrador fictício já costurava os fragmentos — como propõe Vilma Arêas, que escreve que “esse autorretrato feito aos pedaços funciona como uma espécie de tecido conjuntivo da obra, pois é ele que serve de sustentação aos vários núcleos do livro”.

As perguntas se multiplicam e criam bifurcações por enquanto irrespondíveis. Desde que peguei os manuscritos Mrs Dalloway, depois a biografia de Quentin Bell para ler sobre os hábitos de Virginia Woolf, e na sequência retomei o livro de Olga Borelli, comecei a inventar a cena da escrita de A hora da estrela, uma hipótese que aguarda um depoimento ou uma fotografia para confirmar sua pertinência ou absurdo.

Clarice não tinha uma prancha articulada como Woolf, ao que se sabe, e dificilmente teria escrito páginas tão caprichadas no sofá. Quem sabe optou por escrever à mão para compor um livro em reclusão, ausente do caos da casa, do cachorro, do telefone? Ou nas madrugadas de insônia?

Ela tinha uma escrivaninha antiga no quarto, cuja chave ficava amarrada num lenço, conforme conta Olga. “Dentro misturavam-se a escritura do apartamento, cartas íntimas, contratos, recibos, títulos e uma infinidade de papéis, manuscritos e algum dinheiro.” Invento que essa escrivaninha era de modelo secretária, e nesse tampo que se abria Clarice se apoiava para escrever. “Várias essências de jasmim, rosa e violeta, e um pedacinho de âmbar. Junto a um leque quebrado, algumas correntes de ouro e o anel de formatura em direito, com um rubi, resumiam toda a sua fortuna.” No fundo do tampo de madeira havia uma foto de Greta Garbo, e isso eu não inventei, foi Olga que descreveu. Olhando para essa imagem, agora invento, Clarice fez Macabéa gostar da atriz e Rodrigo S.M. escrever sobre ela “cuja trágica sensualidade estava em pedestal solitário”.

Na estante abaixo de sua janela, junto a “caixinhas de joias, bijuterias, vidros de essências, potes de creme, maquiagem e sempre um copo cheio d’água”, estava um dos batons vermelhos, eu invento, com que ela marcou guardanapos que depois se tornaram suporte para a construção de um livro.

A edição francesa recortou dois beijos de Clarice de algum manuscrito e os estampou na folha de rosto, um chamado explícito para o fetiche dos fãs. Quando vi pela primeira vez eu gostei, mas, nascida nos anos 80 que sou, me lembrei da Xuxa, e qualquer respeito ao monumento Clarice ainda restante se desfez por completo. Parece um bom começo.

Este texto foi feito com o apoio do Itaú Cultural.  

Quem escreveu esse texto

Mariana Delfini

É mestre em teoria literária pela USP e editora da Tinta-da-China Brasil.