Giro pela Feira

Looks da estreia
O frio da pauliceia não abalou os ânimos e estreamos com visuais caprichados nas tendas

Às 15h desta quarta-feira (8), as portas d’A Feira do Livro foram abertas! Até o dia 12 de junho, mais livros e menos carros ocupam a praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. O frio não conseguiu espantar o entusiasmo das 120 editoras e livrarias participantes, que vieram cedo para montar seus estandes.

A editora Quilombhoje, que publica títulos de autores afro-brasileiros, como a revista Cadernos Negros, e a editora Pallas, especializada em literatura africana e afro-brasileira, decoraram o seu espaço com belos tecidos com estampas africanas.

A tenda da Todavia foi embelezada com ilustrações das capas de seus livros — incluindo a já icônica pintura de Aline Bispo para Torto arado, de Itamar Vieira Junior, com duas mulheres negras segurando nas mãos uma folha da espada de São Jorge —, em formato de pôsteres. A editora divide seu estande com a Livraria da Tarde.

Especializada em livros do Oriente Médio, a editora Tabla montou um espaço aconchegante que homenageia as culturas dos países da região, com tapetes, mesas, luminárias e fotos em preto e branco da Palestina.

Outros estandes estão dominados por estantes com livros, como o da editora Elefante e o da Livraria Paisagem, lembrando o ambiente das livrarias de ruas, que têm se difundido pela cidade nos últimos anos, apesar da pandemia.

A Quatro Cinco Um também está com um espaço próprio, onde é possível comprar várias edições da revista dos livros, assim como fazer a sua assinatura. Os livros da Tinta-da-China Brasil, selo que agora está sendo comandado pela Associação Quatro Cinco Um e acaba de lançar Diante do fascismo: crônicas de um país à beira do abismo, de Paulo Roberto Pires (que é também colunista da Quatro Cinco Um), dividem a mesma bancada. No mesmo estande está a editora Cobogó, especializada em livros de arte e que publicou o best-seller da Festa Literária de Paraty de 2019, Memórias da plantação, de Grada Kilomba.

Roberta Estrela d’Alva abriu a programação oficial d’A Feira, brilhando tanto no look de paetês quanto na apresentação de slam.

De carona com Machado
A linha de ônibus mais cult da cidade passa por aqui

Machado de Assis pode te trazer para A Feira do Livro. A linha de ônibus 408A-10, batizada com um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, deixa você na frente da praça Charles Miller. Seguindo o mote “mais livros, menos carros”, incentivamos você a deixar seu veículo na garagem e vir à feira dos livros de transporte público, de bike ou a pé — se for possível, claro.

Em 1883, o escritor publicou a crônica “Como comportar-se no bonde” com dicas sobre o uso do meio de transporte que chegou ao país no final da década de 60. Entre elas, “a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro”.

Onde aproveitar o happy hour?
No estande 24, no setor rosa, há uma cachaça do MST

Quem quiser pode tomar uma dose de cachaça do Armazém do Campo, um mercado vinculado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O Armazém comercializa mais de setecentos produtos provenientes de assentamentos, cooperativas e produtores familiares das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste que não utilizam agrotóxicos. O point fica no estande das editoras Autonomia Literária, Expressão Popular, Funilaria e Sobinfluência. Aprecie com moderação!

Japan House faz dinâmica lúdica
Oficina estimula a imaginação com máscaras nipônicas

Inspirados pelos yokai, criaturas fantásticas do folclore japonês, e pelo trabalho da dupla nipônica Tupera Tupera, a Japan House São Paulo realiza uma dinâmica lúdica para estimular a imaginação dos participantes na criação de figuras e personagens divertidos no formato de máscaras. A oficina acontece hoje (quinta-feira, 9), às 14h e às 16h, na tenda de oficina 1 (entre os setores rosa e verde).

Assine embaixo
Autógrafo, foto e tietagem

Não só de debates e vendas de livros vive A Feira do Livro. Ao fim de cada mesa é possível pegar autógrafos de autores na Tenda dos Autógrafos, realizada com apoio da Livraria Dois Pontos. Outro local para tietar é no café-restaurante Bubu, que fica no Museu do Futebol, e recebe escritores após suas mesas no Auditório Armando Nogueira. Fique de olho na programação das editoras também: várias estão fazendo lançamentos e trazendo seus autores para assinar livros nos seus estandes.

Juventude
O melhor lugar do mundo

Instigado pelo burburinho de um grupo de estudantes animados em visita ao Museu do Futebol, Ailton Krenak citou Nelson Rodrigues no Palco da Praça nesta quinta (9) — “Somos uma pátria de chuteiras, afinal.” — e sugeriu, bem-humorado, que se fizesse um minuto de silêncio para apreciar as jovens exclamações. “O melhor lugar do mundo é a idade deles”, constatou o líder indígena. “Eu não tenho saudade da infância porque nunca saí dela. Tentaram de toda maneira me dizer que ser adulto era uma boa, mas eu desconfiei. Fiquei por aqui mesmo”, concluiu, seguido de aplausos do público.

Dois por um!
Editoras fazem promoção

Na compra de qualquer livro das editoras Dublinense ou Elefante, o leitor ganha Bolsonaro genocida (Elefante). A obra reproduz a denúncia que pede uma investigação sobre a incitação ao genocídio dos povos indígenas pelo presidente Jair Bolsonaro, apresentada pelo Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos e pela Comissão Arns ao Tribunal Penal Internacional, além de uma linha do tempo com estratégias do governo que potencializaram a disseminação da Covid-19.

1, 2, 3, 4.
Não confunda os números!

A Editora 34 não está no estande 34. Quem está lá é a editora Nós, perto do Palco da Praça. Já a 34 pode ser encontrada no estande 2, junto com a editora Chão, na entrada da feira.

Cartões postais
Atividades para as crianças

Criação de cartões postais com mensagens para crianças de comunidades da Amazônia e bate-papos com autores são algumas das atividades realizadas pela ong Vaga Lume e pelo Clube Quindim de hoje (10) a domingo (12) n’A Feira do Livro.

H. Werneck assina seleção de crônicas
Editor sênior da Quatro Cinco Um autografa seu livro

O escritor mineiro Humberto Werneck autografa hoje seu livro O espalhador de passarinhos, relançado  pela Arquipélago Editorial. A sessão de autógrafos começa às 16h, na banca 12, no setor rosa. A nova edição traz 54 crônicas nas quais fala sobre a estratégia de seu pai para evitar a extinção dos passarinhos, uma turbulenta entrevista com Clarice Lispector e o fotógrafo que desistiu de fazer uma imagem sensacional para ajudar uma criança.

Ouça essas damas
Convidadas d’A Feira estão no podcast 451 MHz

Yara Nakahanda Monteiro, autora angolana de Essa dama bate bué!, conversou com a jornalista feminista Adriana Ferreira Silva no 451 MHz, podcast da revista dos livros, sobre narrativas históricas contadas por mulheres, trocas culturais, descoberta da negritude e desilusão com o racismo institucionalizado do Brasil. Ouça nos tocadores e veja as duas n’A Feira do Livro, às 12h, no Palco da Praça. Após a mesa, a escritora estará na Tenda de Autógrafos.

Leia as cartas!
Grupo Pensamento traz livros sobre tarô, cabala e ocultismo

A leitura não se resume aos livros. Também extrapola para as cartas do tarô e do baralho cigano, entre outras. O Grupo Editorial Pensamento vende várias livros ligados a cartas de tarô, ocultismo e cabala, além de baralhos específicos dessas artes divinatórias. A editora divide o estande 44 no setor azul com a Geração Editorial. A sorte está lançada!

[vem mais por aí!]

cobertura d’A Feira do Livro